A indignação é algo que vai crescendo dentro da gente e chega em um ponto que não dá mais pra segurar. Já que citei uma frase de uma música de Gonzaguinha que gosto muito, ela vem bem a calhar no contexto atual, principalmente quando enfatizo o seu início: “Chega de tentar, Dissimular, E disfarçar, E esconder, o que não dá mais pra ocultar, e eu não quero mais calar”. Ora, ver, ler e escutar tudo que está acontecendo e não se indignar, quando quem deveria ser o grande responsável para proteger um país e seus habitantes simplesmente ignora e tripudia da dor da perda de milhares de famílias devido a Covid–19 é a prova cabal da aceitação das práticas fascistas e desumanas.
E daí? Não adianta querer apagar postagens, fazer de conta que nunca defendeu e, principalmente, tenha convicção que você contribuiu com este desgoverno que pouco faz pelo seu povo e defende muito mais a elite econômica do Brasil, basta apenas perceber que o socorro foi de mais de um trilhão para os bancos (só existem três bancos privados grandes), 40 bilhões para todos os pequenos e médios empresários e nada para os microempresários que empregam, ou pelo menos empregavam antes da pandemia, mais de 50% por cento dos trabalhadores com carteira assinada. Um governo que contribui para, em muitos casos, um isolamento social de fachada, colaborando para uma propagação do coronavírus ao invés de sua prevenção.
Alguns precisam parar de hipocrisia. E, antes que você queira se esquivar, significa ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade. Defende o emprego dos trabalhadores à custa da vida dos mesmos, onde o correto seria cobrar do governo federal ações que salvem as empresas e assegurem os empregos; abusa da Fé das pessoas para se aproveitar de sua devoção e seus poucos recursos quando, na verdade, deveria ser um esteio de aconselhamento espiritual num momento de angústia, dificuldades, dor e sofrimento das pessoas; ajuda ao próximo com única intenção de se locupletar nas redes sociais e se capitalizar politicamente, ao invés de ter a solidariedade como companheira. Por fim se apresenta como intermediador dos benefícios e ajuda dos governos estaduais e municipais para a população, quando é uma obrigação do estado e município e um direito do povo.
Morre gente todo dia? Infelizmente é a realidade que nunca gostaríamos de enfrentar, tantas mortes que poderiam ser evitadas, bastaria que o protocolo da OMS e as condições para ajuda aos mais vulneráveis fossem rápidas e eficazes. Até na entrega de cestas básicas que deveriam ser distribuídas para os economicamente desfavorecidos pelo governo estadual e municipal nas cidades, temos inúmeras denúncias de uso eleitoral e político. Até onde irá a conivência dos governantes com isto?