De sobrenome Maia, sempre me impressionou a obra de Eça de Queiroz “Os Maias” pela sua narrativa e sua trama incestuosa. “Os Maias” foi publicado em 1888 pela Histórica e ainda existente Livraria Lello, quem a visitar e tiver assistido os filmes de Harry Potter lembrará automaticamente das cenas feitas na biblioteca, pois foi inspirada na belíssima escadaria da Livraria. A obra em questão, sem querer dar spoiler, relata a história da família Maia durante três gerações, enfatizando, ao final, a relação incestuosa e de amor entre Carlos da Maia e Maria Eduarda que se apaixonam sem saber que são irmãos.
Essa do Queiroz ter sido preso num sítio em Atibaia não tem preço, mas o que ele tem a ver com a obra de seu homônimo português? Nada, é apenas coincidência do sobrenome do autor da obra. Porém, o livro tem quase a mesma idade da nossa república, que pode ser abalada completamente decorrente dos seus depoimentos e revelações, caso não seja silenciado.
O que estranha, ou melhor nem tanto, neste momento é o silêncio, após a prisão do Queiroz, daqueles que se julgam arautos da moralidade, decência, bons costumes e honestidade e nem uma linha sequer, postagem ou publicação sobre o tema o fazem. Ou será que nestes casos, que expõe aliados a sua verdadeira natureza e que nem mesmo os seus robôs programados para disparar fake news com informações caluniosas conseguem proteger, tem o poder de transformar a voz outrora sempre ululante em puro silêncio sepulcral, ou ainda seja esta atitude nestes momentos algo intrínseco de suas personalidades medíocres e hipócritas.Já que citei a hipocrisia, que é o caráter daquilo que carece de sinceridade, algo tão presente em demasia nos tempos hodiernos, quero me aprofundar um pouco neste assunto. Diz o adágio que a melhor defesa é o ataque, talvez seja por isso que muitos utilizem o ataque a adversários como algo constante em sua trajetória, porém penso baseado em muitos que conheço, que isto seja apenas um mecanismo de autodefesa para mascarar a incompetência, a inveja e seus próprios erros e defeitos. E o mais importante de tudo quando cai o pano (adoro Agatha Christie e seu insuperável Poirot) submergem, pois tudo que são é baseado em encenação e nada de coerente, verdadeiro e honesto tem em suas ideias e atitudes. Não passam de sepulcros caiados! Encerro citando um trecho do Poeminho do Contra do eterno Mario Quintana, “Todos esses que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão… eu passarinho!”
Gosto de ler seus artigos, te admiro muito.
O silêncio não é dos inocentes…