Os dias em casa, devido a Pandemia e o distanciamento social,
me fizeram querer ocupar a mente e o corpo até como uma forma
de me manter ativo e com a mente tranquila através da terapia
ocupacional. Tentei fazer isso de diversas formas: ler, escrever,
escutar música, assistir filmes e séries, cozinhar, estudar. Mesmo
estando em home office, o tempo agora se tornou vasto. O
interessante é que foi preciso uma pandemia para usufruirmos do
que outrora era ínfimo e que agora demora a passar.
Engatei uma marcha e comecei com as reuniões, debates,
palestras, só que tudo virtualmente, através de aplicativos como
Zoom e Webex Meet e não poderia faltar as lives no Instagram,
Facebook e Youtube. Descobri que precisava dominar as técnicas
básicas de gravação, vídeos, postagens em velocidade de
pandemia, onde semanas são dias e dias são horas. Pasmem, deu
certo, aprendi e hoje sou bem mais antenado ao mundo virtual e
suas facilidades e benefícios. Porém, sinceramente, nada supera
um café tomado numa boa conversa, uma reunião num restaurante
ou até aquele chopp no Happy Hour.
Nessas minhas aventuranças pelo apartamento, consertei os
objetos que estavam danificados ou precisavam de reparo. Em
seguida, o próximo passo foi trocar aquilo que não tinha conserto.
aí me deparei com duas torneiras: uma da cozinha que precisava
ser trocada, o que fiz rapidamente, e a outra que descobri que se
algo me exasperava era aquela torneira da pia do meu banheiro,
você pensava que desligava, ao deitar-se, ela começava a pingar,
você estava com as mãos ensaboadas e queria desligar para
economizar água, ela deslizava. Céus! Como quase a destrui,
possesso.
Tornou-se quase uma obsessão a troca da “bendita”. Acordei com
a decisão tomada, a trocaria. Fechei o registro do banheiro, veio a
frustração, estava remoído e eu era incapaz de fazer o serviço
sozinho, precisava chamar um encanador para tal. O porteiro me
ajuda num contato que só pode vir dois dias depois. Quanta
espera, a cada uso o aborrecimento aumentava.
Finalmente o encanador veio e trocou o motivo de minhas
chateações, o engraçado de tudo é que depois disso fiquei
pensando na torneira e cheguei quase a escutar ela pingar,
descobri depois de passar dias nesse duelo que a rotina nos faz
dependente.
Quando o encanador estava trocando a torneira, precisou de uma
cola, perguntou se eu teria uma TekBond, aí pensei: “e não era
SuperBonder até um dia desse (se traduzir Bond e Bonder não faz
o menor sentido como cola)?”. Papai desde sempre só vive com
uma para seus insights de Professor Pardal. Procurei e percebi que
tinha as duas. Neste momento, pensei: muitas vezes, usamos a
marca do produto para representar o item, o correto seria apenas
cola instantânea, e o engraçado é que os nomes vão mudando com
o tempo e se adaptam a realidade mercadológica ou em alguns
casos se transformam em neologismo. Porém, deixemos para
analisar isso em próxima publicação.