Estado tem único produtor legalizado no Brasil para medicamentos a partir da Cannabis, que podem beneficiar milhares de pacientes com câncer e outras doenças.
A Paraíba está na vanguarda no Brasil na fabricação de produtos de maconha medicinal da mesma forma que o estado da California está em primeiro lugar nos Estados Unidos em relação à descriminalização da droga, para uso medicinal e até mesmo recreativo, como já foi comparado em matéria do jornal Folha de S.Paulo.
Na caso brasileiro, a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), que tem sede em João Pessoa, é a única autorizada pela Justiça a plantar maconha e comercializar produtos medicinais que beneficiam milhares de pacientes.
Vende óleo de maconha para pacientes com receita médica e outros medicamentos, como a pomada a base de maconha, spray de canabidiol e tem outros produtos em desenvolvimento. Possibilitando que pessoas que antes pagavam milhares de dólares para importar esses produtos possam comprar no Brasil a preços bem mais acessíveis.
Mas não é só na produção de medicamentos que a Paraíba é referência nessa área. No Estado existe também a Liga Canábica, que se define como “uma associação sem fins lucrativos, criada a partir da luta dos pais e familiares de crianças com epilepsia de difícil controle, pelo acesso aos derivados da planta cannabis para o controle das crises epilépticas de que seus filhos são acometidos.”
Um dos objetivos da associação é contribuir para a construção de uma política nacional de cannabis medicinal, que tenha como fundamento a inclusão social e o respeito aos direitos dos pacientes usuários e seus responsáveis.
Na Paraíba também foi sancionado o “Dia Estadual de Visibilidade da Cannabis Terapêutica”, proposta da deputada Estela Bezerra (PSB) e aprovada na Assembleia Legislativa, comemorado em 7 de maio.
O retrocesso logo ali na esquina
Apesar de a Paraíba estar na vanguarda dos avanços que vêm sendo conseguidos por quem necessita de tratamento, é necessário ficar atento para que não haja retrocesso nessa e em outras áreas.
O ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, já disse que é contrário ao plantio de maconha para a produção de medicamentos. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, e Bolsonaro também já disseram ser contrários à resolução em análise pela Anvisa que regula o plantio da maconha para uso medicinal e também para pesquisas.
Não podemos nos calar perante atitudes como esta, de um governo que deveria ser o guardião da população e não seu algoz.
Segundo Luciano Lima, Fundador e Diretor da Abrace, em recente entrevista que fizemos, “Hoje são atendidos 2.500 pacientes , só com cultivo de João pessoa que suporta 3.000 pacientes. Já com o cultivo de Campina Grande, quando for autorizado, atenderemos 20.000 pacientes com diversas patologias, como epilepsia, autismo, mal de parkinson, esclerose múltipla, fibromialgia, mal de alzheimer, câncer, diabetes, hidrocefalia , esquizofrenia, depressão, glaucoma, artrite, insônia, herpes, hepatites B e C , aids, asperger, doenças auto imunes, TDH, alcoolismo, ELA, síndrome de tourette e várias outras que ainda estão em estudos”, disse Lima.
Devemos lutar não para regredir, mas sim para que seja autorizado o plantio em Campina e que mais pacientes possam ser atendidos e tratados. Estamos atentos e vamos juntos nessa luta.