A triste realidade brasileira de desabrigados, pessoas em situação de rua, despejos crescendo a cada dia, aumento do número dos moradores nas favelas e nas ocupações que sempre foram presentes nas nossas cidades, principalmente as maiores, tem sido acelerado na Pandemia, o que podemos chamar de ‘desabrigados da quarentena’.
Com as demissões acontecendo sem uma preocupação dos governos na proteção dos trabalhadores e empregos, muito pelo contrário, existem projetos aprovados ultimamente que permitem que isto aconteça, e de subempregos às vezes como uma única alternativa para se ter uma fonte de renda, que o diga os trabalhadores de entrega de aplicativos, temos tido uma quantidade absurda de pessoas despejadas. Diante disso, entre comer e pagar aluguel não se tem dúvidas, matar a fome de si e de sua família sempre é prioridade.
Sem ter outro lugar para ir, muitas famílias procuram as favelas recém-surgidas, porém existe sempre a possibilidade do lugar ocupado ser de propriedade privada e ter uma ordem de reintegração de posse, e aí seguem o fluxo macabro daqueles que mesmo nossa elite querendo ignorar, são lançados à própria sorte de uma ocupação para outra, pois o estado que deveria dar condições básicas ao seu povo é omisso e ineficaz.
Se formos contar os barracos feitos de qualquer tipo de material à disposição somente na cidade de São Paulo durante a pandemia, talvez perdêssemos a conta. Devido ao grande número, esses são os verdadeiros filhos da crise econômica gerada pelo coronavírus. Filhos porque o governo soube socorrer em mais de um trilhão de reais aos bancos privados e quem mais precisa, primeiro, teve que passar por uma espera sem necessidade depois que o congresso aprovou o auxílio emergencial nos 3 primeiros meses de 600 reais e isto foi só o início, pois ainda houve uma inversão nas prioridades: pessoas que precisavam, sequer receberam uma única parcela, e outros que são abonados receberam o recurso. Triste realidade de um país que não cumpre os seus objetivos fundamentais, neste caso, a proteção ao seu povo em vulnerabilidade social e econômica.
Enquanto alguns vivem reclamando que não podem ir ao seu Bar ou Restaurante preferido, outros se veem obrigados como única alternativa a construir uma estrutura mínima para se ter um abrigo em que possa ficar protegido de alguma forma do vento, do sol, do frio ou das chuvas. Tudo isto num cenário onde os governos pedem isolamento social para conter a disseminação do novo vírus.
Fabio,
depois, gostaria de replicar ter artigo no 2N…
pode ser?
Gostei do artigo